Casa do Administrador

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Casa do Administrador

Casa do Administrador

A Casa do Administrador é uma unidade expositiva que encena várias temáticas sob o tema da caracterização do concelho, sobretudo entre 1850 e 1960, refletindo a vocação do Museu Municipal de Ourém no estudo e difusão da representação da identidade cultural e dos patrimónios de Ourém.

O edifício associa-se ainda à história das Aparições de Fátima por ter acolhido os três videntes, Jacinta, Francisco e Lúcia entre 13 e 15 de agosto de 1917. Essa ocorrência teve como mediador Artur de Oliveira Santos, figura da história local que ocupava o cargo de Administrador do Concelho, e que, por isso, interferiu no fenómeno religioso interrogando as crianças e alojando-as em sua casa.

Integra o serviço expositivo (exposições de longa duração e exposições temporárias) e loja.

O ADMINISTRADOR

Artur de Oliveira Santos nasceu em 22 de janeiro de 1884 na freguesia de N.ª Sr.ª da Piedade. Casou com Idalina de Oliveira Santos e dessa união nasceram 8 filhos.

Escritor e jornalista defensor do republicanismo, fundou o Centro Republicano Democrático e constituiu a Comissão Municipal do Partido Republicano Português em 1907, desempenhou também funções de Presidente da Câmara de Vila Nova de Ourém em 1911.

Fundou os jornais locais Voz de Ourém e Povo de Ourém. Colaborou nos Jornais: O Mundo, A Vanguarda, O País, O Século, A República, O Povo, O Rebate, A Capital, O Diário, A Razão e A Voz da Justiça.

Em 1930 exilou-se em Espanha, onde permaneceu até 1939. Faleceu a 27 de junho de 1955, em Lisboa.

Construída no século XIX, a casa do Administrador é parte de um conjunto patrimonial que revive a consolidação da própria Vila Nova de Ourém durante o séc. XIX.

Originalmente o edifício funcionou como uma casa de habitação de dois pisos, sendo o piso superior equipado com uma varanda alpendrada, à qual se acedia através de uma escadaria. No séc. XX foi criada uma segunda escadaria exterior de acesso à varanda. A casa era apoiada por um pátio delimitado por um muro e gradeamento de ferro.

Intervenção museológica 

Em 2003 o edifício da Casa do Administrador foi adquirido pelo Município de Ourém, tendo em vista a instalação de um espaço museológico que servisse simultaneamente a comunidade concelhia e os visitantes e peregrinos de Fátima.

O imóvel apresentava um estado de deterioração avançado e uma indefinição da configuração inicial do interior (submetido a modificações profundas), o que inviabilizava a sua reconstituição integral com rigor.

Sustentado por um processo prévio de pesquisa, avaliação de recursos e potencialidades, e definição do propósito indutor do espaço museológico, foi delineado um discurso expositivo centrado na tríade “coleções-públicos-recursos”, convocando as personagens dos Videntes e do Administrador a «atuarem como anfitriões» deste palco expositivo e cénico, inscrito na primeira metade do século 20.

A Casa do Administrador representa ainda o fulgor da Vila Nova de Ourém de 1900, as expressões e as dinâmicas locais, e convida-nos a visitar outros patrimónios concelhios. O edifício encontra-se classificado como de IM – Interesse Municipal, desde 2006.

Exposições Permanentes

Ourém A’feições: território e pessoas

Numa sucinta leitura do Concelho, com alusão ao território, às expressões identitárias e à história local, esta exposição pretende dar a conhecer a dualidade existente entre o sul e o norte do concelho que se verificou muito vincada nas vivências humanas de outros tempos, desde o modo de fazer agricultura, às construções e aos ofícios.

VILLA NOVA DE OURÉM 1900

No piso 1, após uma «calorosa receção dada pela Família do Administrador», revisitamos os espaços e os ambientes da Villa Nova de Ourém de 1900, em pleno auge.

Sucede-lhe uma sequência de episódios internacionais e nacionais determinantes para a condução da História, e com ecos decisivos para a esfera local. No decurso da transição da Monarquia para a 1.ª República somos «convocados» para a 1.ª Guerra Mundial, com abordagens transversais ao pesado ambiente de racionamento; ao cotejo entre o Administrador e os Videntes de Fátima (numa alusão implícita às Aparições de Fátima); e ao surto epidémico de 1918, que vitimou os Videntes Jacinta e Francisco.

Exposições Temporárias

“Crianças entre Crianças: Os Pastorinhos de Fátima na Casa do Administrador”

Este é o tema da exposição que encena a estadia de Jacinta, Francisco e Lúcia na Casa do Administrador entre os dias 13 e 15 de agosto de 1917 e do seu convívio com outras crianças: os filhos menores de Artur e de Idalina.

A exposição (em português/inglês) convida a imaginar a presença das três crianças de Aljustrel na casa do Administrador, as brincadeiras de infância e a comensalidade à volta de uma mesa digital com vários menus que transportam o visitante para ambientes, histórias e personalidades existentes à época das Aparições de Fátima e para a ligação entre Artur de Oliveira Santos e os Pastorinhos de Fátima, entre Vila Nova de Ourém, Fátima e Portugal.

A Associação Portuguesa de Museologia (APOM) atribuiu, em 2018, o prémio “Inovação e Criatividade” pelo projeto da mesa digital integrado nesta exposição, fruto de um trabalho de conceção e produção de conteúdos desenvolvido em conjunto pela equipa do Museu e pelas empresas byAR e Stripeline.

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